Uma doença que faz com que “vermes vivos” saiam da pele humana. Parece assustador?
Pois ela existe, e tem um nome sugestivo: dracunculíase. A doença já é
conhecida há muitos anos, e o tratamento não mudou muito desde então.
Para saber mais sobre a doença, prepare o estômago e leia os parágrafos
abaixo.
Como a doença se espalha?
A imagem mostra um típico copépodo, animal que serve de hospedeiro para o verme Dracunculus medinensis
|
Em 1550 a.C., ocorreu a primeira menção à doença em um texto egípcio,
que a descreve juntamente com uma forma de tratamento. A doença também é
chamada de “infecção pelo verme da Guiné”, devido à fama de infestação
no país africano.
A doença é causada por larvas de Dracunculus medinensis, que escolhem
os copépodes como “meio de transporte”. Eles são comuns em águas
paradas, que são consumidas em áreas sem água potável, aumentando o
risco de contaminação.
Quando são engolidos, os copépodes se rasgam no sistema digestivo e as
larvas são liberadas. Do intestino, elas vão para os tecidos
subcutâneos, onde chegam a crescer o suficiente para atingir um metro
de comprimento e 2 milímetros de epessura em apenas um ano. Quando
chegam a esse ponto, eles começam a sair dos corpos humanos, como
pequenas “minhocas”, geralmente pela perna ou o pé. Já foram
registrados casos em que eles saíram pelos tecidos em volta do olho ou
pelos testículos.
Como as vítimas instintivamente colocam os pés na água para aliviar a
dor causada pela saída das larvas, eles acabam inadvertidamente
contaminando os rios e abrindo o caminho para novos casos da doença.
O ano em que a larva fica hospedada no ser humano não é particularmente
doloroso. Por boa parte do tempo, nenhum sintoma fica aparente. Mas
quando eles chegam, causam tantos problemas que a pessoa precisa ficar
de repouso e longe da vida em família por um período de dois a três
meses até que o verme saia – ou seja retirado. As crianças podem ser
indiretamente afetadas pela doença, pois muitas precisam abandonar a
escola para substituir os pais na obtenção de sustento para a família.
Quando o verme é retirado à força, o processo é bastante delicado. Uma
pequena vareta captura uma das pontas do animal e o puxa para fora do
corpo, centímetro a centímetro. Se for puxado de uma vez só, seu
finíssimo corpo pode se partir, deixando “restos mortais” na pele,
apodrecendo e danificando os tecidos à sua volta
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